a bertrand para mim era a do chiado, onde passava a caminho das aulas. as livrarias construídas desse modo- uma sala após outra, após outra, têm a obrigação de serem acima da média, uma imposição do espaço. agora a bertrand é outra coisa. entrei na do dolce vita tejo, que já de si é uma monstruosidade do espírito actual, e enoja-me um pouco toda aquela indústria livreira. lá dentro, duas jovens à procura de um livro para dar, com grande alarido, na secção dos romances amorosos. (e as capas, céus!). uma avó lê a uma neta e há mais quem procure nas secções técnicas: cães e gatos, flores, ajuda e saúde. ali ao lado, várias lojas encerradas, outras com grandes descontos ou promoções. tudo são marcas.
este deve ser o século da despersonalização (apesar de todos passarem a ter espaço para falar). fala-se em nuvem, trabalha-se em nuvem (crowdcloud). as lojas não são individuais. é tudo plural. que é também um meio de retirar poder.
light gazing, ışığa bakmak
Sunday, June 17, 2012
a bertrand
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