light gazing, ışığa bakmak

Tuesday, January 1, 2013

Vertigo ou a espiral


a cena na torre é inesquecível, a torre é inesquecível e junta-se a todas as torres da história. não sei quantas vezes vi já este filme, desta vez em ecrã enorme. andando eu própria em vertiginosa espiral de mergulho em Pamuk com as suas obsessivas questões de identidade, de duplo e de transformação num outro, ver Vertigo é como se nem sequer saísse do livro que leio. o homem duplo e a cópia da cópia.

um dos aspectos que me prenderam desta vez, e não de outras -sei lá porquê, foram as perspectivas que, comparando-as com os pontos de vista de hoje (ai o 3d e as quedas forçadas), me pareceram falar uma linguagem totalmente própria. curioso que depois de Vertigo as suas perspectivas estejam mais presentes na fotografia popular -na qual me incluo, do que no cinema de box office que continua a falar uma linguagem quase arcaica.

espiral de si, da identidade, do passado, da memória.

"Cinema and art have always had a complex, problematic relationship with each other."

film studies for free.

Cinema's Doubles, Their Meaning, and Literary Intertexts"

cair pelas várias camadas da realidade. do significado. da personalidade.

a história precisava de uma âncora, gostei de a ver em Midget (what's in a name) que, ingloriamente, termina a sua prestação repuxando os cabelos depois de ter voltado a pintar com uma obra grotesca. Midge é uma personagem fascinante - pelas suas várias funções, uma delas âncora da realidade, pelas convenções que representa, pelo horror que Hitchcock nos dá a adivinhar por detrás do seu sorriso. (mulheres sós e emancipadas só eram possíveis se escondessem esse segredo terrível, o desejo invejoso de serem casadas).


uma outra copie conforme, na galeria de espelhos.

curiosidade: Nancy Drew, Message in a Haunted House retira o seu conteúdo dos primeiros dez minutos do filme-


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