light gazing, ışığa bakmak

Thursday, October 27, 2016

bem que ler me tem sido difícil

são alturas e esta é uma delas, os dias que vão ocaseando, têm só umas quantas horas e não esticam como o homem de borracha. escapam as palavras para referir Jacob's Room, o livro mais quarto de espelhos que já li. depois de duas semanas (será mais?) não passei ainda do terceiro capítulo. continuando assim não preciso de mais livros na vida. cada vez que o abro tenho de reler alguma parte para trás (para apanhar o fio, é a desculpa) mas não agarro ponta nenhuma, em vez disso entro noutro livro e leio um outro sítio, uma outra história. e assim continuando, este pode bem ser o livro infinito. aquilo que ontem li como frase cinzenta hoje é um brilhante mar no horizonte. o relato regular de há pouco acabou por ser um gesto suspenso com todo o detalhe de uma descrição sofisticada. a mesma frase lida dez vezes dá de cada uma reflexos diferentes e inesperados. e nem pensar que em duas semanas esgotei estes três capítulos. se voltar ao início, continuo a descobrir passagens secretas pelo meio das palavras.

este é o exemplo maior de uma leitura ganha em ser feita de si para si (esquecer as "interpretações" e os guias de leitura.) algures no meio dos espelhos de Virgina estamos nós e encontramo-nos com uma cara de espanto.

o livro todo está aqui, no Gutenberg.

just look! "Opening the orchard gate, Mrs. Flanders walked to the top of Dods Hill, holding John by the hand. Archer and Jacob ran in front or lagged behind; but they were in the Roman fortress when she came there, and shouting out what ships were to be seen in the bay. For there was a magnificent view —moors behind, sea in front, and the whole of Scarborough from one end to the other laid out flat like a puzzle. Mrs. Flanders, who was growing stout, sat down in the fortress and looked about her."



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