light gazing, ışığa bakmak

Sunday, August 28, 2016

acontecimento

e talvez das melhores coisas que o Expresso decidiu fazer, pelo menos que me lembre, foi a publicação de uma parte mesmo que pequena da obra de Camilo. uma redescoberta total, escrita desabrida, opulência e de abundância, cantigas de escárnio e de muito mal dizer, pouca meiguice, luxúria bastante. por um lado um orgulho: somos filhos desta gente; por outro uma tristeza: que país miserável fomos tantas vezes: interesseiros, intriguistas, fingidores e carapaus de corrida.

muito fora de moda, o Camilo, mas por vezes hiper-moderno. a descrição das mezinhas em Eusébio Macário lembra-me as listas de Perec. que fascinante personalidade mas, mais ainda, que retratos desse Minho de onde também descendo.

as Novelas do Minho para ler, aqui, na Biblioteca Nacional. (aliás, de Camilo há mais dezasseis, mas não o Eusébio Macário, a novela em que tenta desancar o Eça inutilmente).


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