light gazing, ışığa bakmak

Saturday, March 3, 2012

'prigués'

a sua vida é mais do que um livro e este são notas de uma viagem ao passado.

"Os 'prigué' – prisioneiros de guerra – com mais preparação – e lá estava todo o corpo docente das universidades do sul – formaram várias academias, e assim muitos de nós aprenderam línguas, matemáticas, física quântica, história universal, história da arte, história da filosofia. Um professor de apelido Iriarte orientou durante duas semanas um magnífico seminário sobre Keynes e o pensamento político dos economistas contemporâneos, a que assistiram, além de uma centena de presos, vários oficiais do exército. Andrés Müller, jornalista e escritor, dissertou sobre os erros tácticos dos communards de Paris perante a estupefacção da soldadesca que guardava a oficina do calçado, baptizada por nós como Gran Salón del Ateneo de Temuco. Outro ilustre prigué, Genaro Avendaño - «desapareceram-no» em 1979 -, emocionou presos e militares com uma dramatização do discurso de Unamuno em Salamanca.

Até chegámos a ter uma pequena biblioteca com títulos que lá fora eram proibidíssimos, graças à curiosa censura praticada pelo sargento encarregado de filtrar os livros que nos mandavam os familiares e amigos. Nunca deixámos de lhe agradecer que catalogasse entre os livros de primeiros socorros o exemplar de Las venas abiertas de América Latina que ornamentava a biblioteca."

Sepúlveda em Patagonia Express.
não pela escrita mas pela sua ligação com a vida, Sepúlveda é outro aventureiro, como o foi Conrad ou Hemingway. não pela escrita, tão sul-americana. tive pena de não ver os dois filmes de ontem à noite, gostava de os ver, especialmente o último até porque talvez mais cedo ou mais tarde me dedique à fronteira americana. mas regressou-me o doce sono pontual, relojoeiro, vencedor.

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